A escola está distante dos desafios do século XXI. O fato é que quando as crianças de hoje forem para o mercado, elas terão de usar computadores, e a escola não usa. Algumas crianças têm acesso à tecnologia e se desenvolvem de uma maneira diferente - gostam menos ainda da escola porque acham que aprendem melhor na internet. As novas alfabetizações estão entrando em cena, e o Brasil não está dando muita importância a isso – estamos encalhados no processo do ler, escrever e contar. Na escola, a criança escreve porque tem que copiar do quadro. Na internet, escreve porque quer interagir com o mundo. A linguagem do século XXI que são as tecnologias e a internet , permitem uma forma de aprendizado diferente. As próprias crianças trocam informações entre si, e a escola está longe disso.
Um bom exemplo de linguagem digital é um bom jogo eletrônico – alguns são considerados como ambientes de boa aprendizagem. O jogo coloca desafios enormes, e a criança aprende a gostar de desafios.
A linguagem que ela usa na escola, quando ela volta para casa ela não vê em lugar nenhum. E aí, onde é que está a escola? A escola parece um mundo estranho. As linguagens, hoje, se tornaram multimodais. Um texto com várias coisas inclusas como som, imagem, texto, animação, torna-se um texto atrativo. Atualmente temos mp3, dvd, televisão, internet, essas são as linguagens que as crianças querem e precisam. A gente quer pensar tudo seqüencial, mas a criança não é seqüencial. Ela faz sete, oito tarefas ao mesmo tempo – mexe na internet, escuta telefone, escuta música, manda email, recebe email, responde. A criança tem uma cabeça diferente.
O professor gosta de dar aula, e os dados sugerem que quanto mais aulas, menos o aluno aprende. É melhor dar menos aulas e cuidar que o aluno pesquise, elabore, escreva - aprenda. Aí entra a questão da linguagem de mídia: a língua hoje não é dos gramáticos, é de quem usa a internet.
O professor que gosta de dar aulas deve mudar esse pensamento. A pedagogia precisa inventar um professor que já venha com uma cara diferente, não só para dar aulas e que seja tecnologicamente correto. Que mexa com as novas linguagens, que tenha blog, que participe desse mundo – isso é fundamental. Depois, quando ele está na escola, ele precisa ter um reforço constante para aprender, de maneira que o professor se reconstrua sempre.
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